Esporte

Massagista tira gol, Aparecidense segura empate e elimina Tupi-MG

Membro da comissão técnica do time goiano salva gol dos mineiros aos 44 do 2º tempo. Jogo fica empatado por 2 a 2 e tem confusão após apito final
Foi com muita polêmica, emoção e revolta. Tupi-MG e Aparecidense-GO empataram por 2 a 2 na noite deste sábado, pelas oitavas de final da Série D, em Juiz de Fora, placar que classificou o time goiano no critério de gols marcados fora de casa. O primeiro jogo havia terminado empatado em 1 a 1. No entanto, a realidade poderia ser diferente. O lance mais polêmico do jogo aconteceu aos 44 minutos do segundo tempo. Após chute de Ademilson, a bola ia entrando, no que seria o gol da classificação do Tupi, mas o massagista da Aparecidense, Romildo Fonseca da Silva, conhecido como ‘Esquerdinha’, invadiu o campo e tirou o gol certo do time da casa

O lance revoltou torcedores, comissão técnica e jogadores da equipe mineira. O jogo ficou paralisado por 20 minutos, mas foi reiniciado pelo árbitro baiano Arilson Bispo da Anunciação. No final, o empate foi favorável aos goianos. A torcida do Tupi-MG ainda fez pressão no fim e chegou a arremessar uma pedra em direção ao ônibus do Aparecidense. A diretoria do Galo Carijó promete recorrer à justiça desportiva para tentar anular o resultado da partida. Caso o placar seja mantido, a equipe goiana, que avançou para as quartas de final, espera o vencedor de Resende e Mixto.

O lance não é novidade no futebol brasileiro. No Campeonato Paranaense de 1981, Colorado (atual Paraná Clube) vencia o Toledo por 1 a 0, na Vila Capanema, em Curitiba. Um empate tiraria a equipe mandante da competição. Aos 43 minutos do segundo tempo, um atacante do Toledo avançou e tocou para o gol. A bola tinha direção certa e balançaria as redes.

No entanto, o preparador físico do Colorado, Luiz Matter, invadiu o campo e tirou o gol do Toledo. O juiz daquela partida, Célio Silva, deu bola ao chão, e o placar foi mantido. Matter chegou a ser suspenso, mas voltou a atuar no futebol e passou por vários clubes paranaenses, além de ter sido auxiliar-técnico de Levir Culpi no Botafogo, em 2002.

Equilíbrio na primeira etapa

Em busca da vaga nas quartas de final, o Tupi começou o jogo pressionando a Aparecidense e, logo no início, aos cinco minutos, Ademilson quase marcou. Aos 17 minutos, outra chance carijó: Núbio Flávio invadiu a grande área, mas Michel chegou atrasado. Depois de fazer um bom jogo em Goiás, o meia foi bem marcado pela defesa visitante.

Enquanto o Tupi não conseguia chegar ao gol, o Aparecidense começou a ganhar espaço e a assustar o Galo Carijó. Aos 26 minutos, Renato chutou e quase marcou para os goianos. Em seguida, nova chance para a Aparecidense: Diego Lira partiu para cima da zaga, mas chutou fraco para a defesa de Victor.

Após insistir, o Aparecidense finalmente conseguiu marcar. Aos 33 minutos, Giovane chutou de fora da área e marcou um belo gol: 1 a 0 para o time de Aparecida de Goiânia, que foi para o intervalo em vantagem.

Invasão e confusão no fim

No segundo tempo, Tupi e Aparecidense voltaram para o campo determinados. Melhor para o Galo Carijó, que com pouco mais de um minuto de jogo da etapa complementar empatou com o artilheiro Ademilson. Foi o décimo gol dele na Série D.

A alegria, no entanto, durou pouco. No lance seguinte, aproveitando distração da defesa do time mineiro, Cleiton colocou a Aparecidense novamente na frente.

O gol dos visitantes acordou o Tupi. Em cobrança de falta, Rafael Estevam chutou, a bola desviou no adversário e traiu o goleiro rival, entrando no canto esquerdo. Tudo igual: 2 a 2. Dos 30 minutos do segundo tempo em diante a Aparecidense começou a se fechar. O Tupi foi pra cima e quase voltou a ficar à frente no placar. Em cobrança de falta, Rafael Estevam voltou a levar perigo ao gol adversário.

Aos 37 minutos, mais um lance perdido pelo Tupi. Núbio Flávio cortou pelo meio, mas na hora de chutar foi bloqueado pela defesa.

O lance mais polêmico do jogo aconteceu aos 44 do segundo tempo. Ademilson se livrou da marcação e bateu. A bola ia entrando quando o massagista do Aparecidense, conhecido como ‘Esquerdinha’, invadiu o campo e tirou o gol certo do Tupi. Além do protesto pela atitude do membro da comissão técnica, os jogadores do Tupi reclamaram da arbitragem, insistindo que a bola já teria ultrapassado a linha do gol quando foi interceptada.

O lance revoltou torcedores, comissão técnica e jogadores. O jogo ficou paralisado por 20 minutos. Torcedores gritavam “vergonha”, até que os atletas foram orientados a voltar a campo para o reinício do jogo.

O jogo foi reiniciado e o árbitro deu cinco minutos de acréscimo, mas a pressão carijó não teve organização. Soou o apito final. A torcida cercou o portão de saída do estádio. Uma pedra chegou a ser lançada em direção ao ônibus do Aparecidense, mas atingiu outro veículo que estava estacionado no local.

Em declarações à imprensa próximo ao gramado, dirigentes do Tupi prometeram levar o caso à CBF e à Justiça.

Fonte: Globo Esporte
E-mail: rsonoticias@hotmail.com

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