O Facebook anunciou nesta quarta-feira a compra do serviço de mensagens instantâneas WhatsApp por 16 bilhões de dólares. A informação foi confirmada por meio de um documento enviado à Securities and Exchange Comission (SEC), órgão equivalente à Comissão de Valores Mobiliários no Brasil, que regula o mercado de ações.
Aplicativo é a segunda maior plataforma do gênero no mundo, com 450 milhões de usuários ativos por mês
O pagamento será realizado por meio de 12 bilhões de dólares em ações do Facebook e 4 bilhões de dólares em dinheiro. A aquisição ainda está sujeita a aprovação, mas deve ser concluída até o fim de 2014. O Facebook já havia tentado comprar o WhatsApp pelo menos uma vez, em dezembro de 2012. O valor da proposta à época não foi divulgado.
“O WhatsApp está crescendo em um ritmo para conectar 1 bilhão de pessoas. Os serviços que alcançam esta marca são incrivelmente valiosos”, disse Mark Zuckerberg, fundador e CEO do Facebook, em comunicado. Em mensagem publicada em seu perfil no Facebook, ele afirmou ainda que o app seguirá os planos traçados. “Nós esperamos que o WhatsApp nos ajude em nossos esforços no Internet.org, para tornar serviços básicos de internet acessíveis para todos.”
De acordo com o documento, o WhatsApp não será incorporado ao Facebook. A operação, portanto, deverá ser semelhante à realização após a aquisição do Instagram. Assim, o Facebook manterá o WhatsApp como uma subsidiária independente.
Criado em 2009 por Brian Acton e Jan Koum, dois ex-funcionários do Yahoo!, o WhatsApp é um dos projetos mais bem-sucedidos no universo dos dispositivos móveis. Ele está disponível em cem países e para os sistemas operacionais iOS (Apple), Android (Google), BlackBerry, Symbian e Windows Phone.
O app é a segunda maior plataforma de mensagens instantâneas do mundo, com 450 milhões de usuários ativos por mês — o primeiro lugar é ocupado pelo WeChat, com 600 milhões de adeptos. De acordo com comunicado do Facebook, o aplicativo ganha cerca de 1 milhão de usuários por dia. O total de mensagens trocadas equivale ao total de mensagens de texto (SMS) enviadas em todo o mundo.
Ao adquirir o programa de mensagens instantâneas, o Facebook coloca sob sua guarda um de seus mais recentes — e potencialmente ameaçadores — concorrentes. O cálculo de Zuckerberg e de sua equipe é que, por ora, o maior rival não está no setor de redes sociais em si, mas no mercado de aplicativos de mensagens instantâneas.
A preocupação é que o público jovem inicie uma migração para serviços como o WhatsApp, além de Snapchat e WeChat, atraindo os demais usuários. O anúncio da aquisição, portanto, pode acalmar o mercado – e seus investidores.
O Facebook Messenger, aplicativo de mensagens instantâneas da rede social, será mantido. “Como o WhatsApp e o Facebook Messenger servem a diferentes e importantes usos, nós continuaremos investindo em ambos”, garantiu Zuckerberg.
Fonte: Veja