Desta vez só foi diferente no número de pessoas na avenida. Calculando por baixo era três vezes mais.
Vindos de todos os lugares, surgindo de todas as ruas, aglomerando-se do Mercado até muito depois da Padaria do Professor Alcides, ao longo da Avenida Principal (A Eunápio Peltier de Queiroz), tomando conta das ruas adjacentes, espraiando-se até a Francisco Leobas (A Rua do Restaurante Chiquinho da Piranha), fazendo festa, cantando e dançando, o povo inteiro da cidade de Remanso esteve na Puxada de Marcos Palmeira na noite de sexta-feira, 03 de setembro.
“Eu nem vi Marcos” – responde agitada a garota com duas dezenas de adesivos espalhados pela roupa – ” E nem ia votar nele, agora voto! Só sei que queria vir pra rua depois que quiseram proibir o povo de sair de casa” e volta à agitação.
“Vi, abracei e beijei” – Quase às lágrimas uma senhora, que também não diminui o passo para responder às perguntas. Porque chorando? “Porque amo Remanso ainda mais agora que está na rua mostrando que não tem medo dos coronéis”
Depois de duas dezenas de perguntas paramos na porta da Padaria. Uma jovem, celular na mão, filma a passagem da multidão. Seu vídeo, postado no facebook, (https://www.facebook.com/thallia.santana/videos/996316373827162/), com 9 minutos e 58 segundos de duração mostra gente passando e passando e acaba sem que se veja o fim da multidão.
Agarrado, abraçado, arrastado, beijado, Marcos Palmeira, só por levantar os braços para saudar, leva a multidão próxima ao delírio. Um menino corre para abraça-lo.
Sem superlativos e com visão crítica, o que se viu na Avenida Principal, depois por todas as ruas da quadra 11 e 13, em todo o BNH e muito depois do término da Puxada, em todos os bares da cidade, até mais de três da madrugada, foi a ascensão de Marcos Palmeira a herói que derrotou a vontade de um coronel do atraso, que não quer ver povo nas ruas.
Impossível chegar próximo ao palanque. Três ruas acima, paralela, uma senhora recostada no portão nos atende ao pedirmos água e não contém a pergunta: “Oxe, e a caminhada era para passar aqui?” Não, não era e nem passou, é que não coube na rua escolhida e esparramou gente, que ainda dança e canta, sem sequer ouvir o que se diz dois quarteirões distantes.
“Eles tentaram calar a voz de vocês! Resistiremos! Remanso sabe o quer! Não serão ameaças e boatos que tirarão do povo a vontade de mudar! ” – Diz Marcos, entre mais de cinquenta pessoas que lotam a carroceria de um caminhão. Aplaudido lembra de sua aliança com o Professor Alcides da UNIFAN, da sua determinação em trazer para Remanso investimentos e do descaso com que foram tratados os agricultores.
A certeza é que esta semana tem mais gente nas ruas. Não há como parar o vento da mudança.
Informações: ASSCOM PC do B