42% dos solteiros acredita que religião influencia no relacionamento
De acordo com um levantamento realizado pelo Match Group LatAm com 5,2 mil usuários de sites e aplicativos de namoro, 42% dos solteiros acredita que a religião do parceiro influencia no relacionamento. O assunto divide muito a opinião dos brasileiros.
Carolina Martinez, de 24 anos, faz parte dos que acreditam que a crença religiosa pode sim influenciar na relação, mas que a situação precisa de diálogo e respeito de ambos lados. “Se você opta por estar em uma religião, você tem que viver ela por inteiro, e consequentemente isso influenciará na sua vida a dois”, conta a jornalista.
“Fui do candomblé e em algumas épocas do ano ou ocasiões tínhamos que respeitar determinadas regras, ou nos abster de algumas práticas, isso incluía ficar sem sexo, não sair à noite”, afirma Carolina. “Isso tudo acaba influenciando sim, não só na parte carnal”, completa.
Gabriela Alves*, de 26 anos, também já sentiu a influência das crenças em um relacionamento. “Já passei por situações desconfortáveis. Além da religião ser um peso era uma questão que vinha de fora do relacionamento”, diz Gabriela. “Enfrentei situações que a família da pessoa com quem eu me relacionava tinha uma religião diferente da minha, costumes diferentes, crenças, e às vezes isso gerava um embate”.
Já o estudante Rafael Souza*, de 19 anos, está em seu primeiro namoro e faz parte dos 58% dos entrevistados que não leva a religião como algo decisivo na hora de se envolver com outra pessoa. “Se você aceita se relacionar com alguém, aceita também sua criação, seu jeito de lidar com determinadas coisas e suas crenças, pelo menos deveria ser assim”, afirma.
No mesmo levantamento, 47% dos entrevistados afirmaram pertencer ao catolicismo, enquanto 27% se declararam evangélicos e 18% sem religião. Em números menores, 2% são agnósticos, 2% ateus e 4% seguem outras religiões que não foram listadas na pesquisa.
Segundo a psicoterapeuta Vera Lucia, tudo depende do quanto as pessoas estão envolvidas em uma religião. “Se levam a sério, há sim uma influência”, afirma. “A questão dos métodos anticoncepcionais é um problema para muitos casais, caso só possam utilizar métodos naturais. Outro exemplo bem comum é o do relacionamento sexual antes do casamento. Ou da falta de experiência que pode levar a relações insatisfatórias”.
Proibição de alguns tipos de roupas ou de cortar o cabelo e obrigatoriedade de participar de ritos são outros exemplos que a especialista mestre em Saúde Pública cita. “Isso sem falar de um casal homossexual. Quando um se converte, inviabiliza a relação”, completa.
* Nomes alterados a pedidos dos entrevistados