Alunos e pais protestam contra municipalização de Colégio em Sento Sé
O pedido de municipalização do colégio foi solicitado pela secretária de Educação do Município no final de 2017 na visita do governador Rui Costa à Sento Sé. Nesta última terça-feira (09), a prefeita de Sento Sé, Ana Passos, esteve com a diretoria da NR-15 em Juazeiro/BA, assinando toda documentação de transferência da unidade da rede estadual para o município. A decisão deverá ser publicada no Diário Oficial do estado nos próximos dias.
O professor de química e física, Thiago Café é educador do colégio há mais de 12 anos contou que seu sentimento hoje é de muita insatisfação e muita dor no coração. Para ele é uma gratificação enorme poder dá aula no Jayro. “Aqui não é uma escola e sim uma família. Pegaram nossa história de 33 anos e enterraram sem dar nenhuma satisfação, fizeram isso tudo de baixo dos panos, nem sequer comunicaram a comunidade. As matriculas já estavam abertas, muitos pais de alunos já se programando para colocar seus filhos no colégio, isso é uma injustiça. Não concordo com essa atitude, não sei quem fez isso, mas quem fez não tem amor a educação de Sento Sé”, concluiu Thiago.
“Não levaram em conta nossa história, a nossa família Jayro, nossa luta por fazer crescer cada dia mais o ensino do nosso colégio. Nós não queremos brigar com ninguém, nem com escola nenhuma. Queremos só nosso colégio para darmos aulas e os alunos poderem estudar. É difícil falar do sentimento que estamos passando, a gente criar vínculos e laços com cada aluno, mas para as autoridades isso não vale nada. Na verdade, não somos nada para as autoridades, eles fazem o que querem e como querem, disse a professora de biologia Glória Cassia Castro que estava bastante abalada e triste com a situação.”
A senhora Luzivanda da Silva de 38 anos, mãe de aluno disse que ficou sabendo da municipalização pela boca do povo, ao se quer a direção informou para nós pais dessa situação. Para ela o sentimento que sente é de destruição. “Destruíram o Jayro, sua história e seu legado. Tive 11 irmãos que estudaram e se formaram aqui, hoje eu e minha família se entristece ao ver essa destruição, finalizou Luzivanda.
A aluna Yasmin Mesquita de 16 anos, estuda no colégio desde a 6º série do Ensino Fundamental contou que o Jayro é sua família, onde foi muito bem recebida desde quando entrou em 2013. “Gabriel, os professores são como pais, o pessoal da merenda seriam tias, minha turma é como irmãos e os demais como primos. Jayro é minha casa, onde eu sempre recebi apoio. Com essa notícia parece que estou sendo eliminada da família, vou ser adotada por outro colégio e por pessoas que certamente não conseguirão substituir o carinho e atenção que recebi anteriormente, jamais irei me acostumar com tal situação. Desde o ensino fundamental estou na família Jayro, meu sonho era concluir o ensino médio agora em 2018 na casa em que fui bem acolhida, estávamos planejando tudo, seria o melhor ano dentro da casa.
Estão destruindo nossos sonhos. Não estão atingindo somente a mim, e sim a todos que tem respeito e admiração pelo colégio.A falta de consideração foi tanta que não nos reuniram para passar a informação, ficaram com aquela incerteza sem querer nos dizer a verdade. Não houve nenhuma iniciativa do estado, nem do município para nos reunir e conversar sobre o assunto, ficamos sabendo por que saiu boatos e fomos atrás de informações. Nós estudantes do 3º ano, após vários anos juntos teremos que nos separar. Vão mandar a gente para outros colégios que, ficam bastante longe de nossas casas, sendo subordinado a subir ladeiras em sentido à roça.”, concluiu Yasmin.