Bahia

Contra aumento da gasolina, vereador vai trabalhar a cavalo na Bahia

Vereador por Feira de Santana, Edvaldo Lima (PP) criticou aumento: 'Basta! Diga não' (Foto: Reprodução/Facebook)
Vereador por Feira de Santana, Edvaldo Lima (PP) criticou aumento: ‘Basta! Diga não’ (Foto: Reprodução/Facebook)

Revoltado com os frequentes aumentos da gasolina, um vereador de Feira de Santana realizou, nessa segunda-feira (14), um protesto inusitado. De terno e gravata e carregando uma placa que dizia “Basta! Diga não ao combustível caro”, o vereador Edvaldo Lima (PP) saiu cavalgando em meio ao trânsito da segunda maior cidade da Bahia, com 627 mil habitantes.

Montado em “Pretinho”, que pegou emprestado de um amigo, o vereador percorreu um trecho de 2 km entre o bairro Tomba, onde mora, até a Câmara de Vereadores. No trajeto, recebeu apoio de populares, com direito a buzinaço.

O vereador disse que pensou em fazer o protesto de bicicleta, mas foi a cavalo para chamar mais atenção e por medo de ser alvo de agressão. O amigo dono do cavalo o acompanhou no ato, montado em outro animal.

No último levantamento da Agência Nacional de Petróleo (ANP) sobre preço de combustíveis em Feira de Santana, realizado entre 6 e 12 de maio, o valor médio da gasolina na cidade está em R$ 4,55, mas o parlamentar disse que tem posto cobrando R$ 5 – no site da ANP, o preço mais alto da gasolina em Feira é de R$ 4,60.

“O meu protesto é devido aos aumentos absurdos em Feira de Santana e na Bahia. Mas aqui em Feira, com mais ênfase, porque o preço da gasolina é fora da realidade”, declarou Lima, que diz gastar cerca de R$ 3 mil por mês com gasolina nas suas atividades parlamentares.

“É uns R$ 100 por dia que gasto, indo aos povoados. Na Câmara não temos auxílio paletó, combustível, o custo com isso aí é todo do parlamentar”, ele afirmou. Na Câmara de Feira de Santana, os 21 vereadores têm salário de R$ 15 mil.

Para o vereador, os aumentos da gasolina, realizados pela Petrobras, são consequência dos desvios de dinheiro público da estatal que vieram à tona por meio da Operação Lava Jato, da Polícia Federal.

“E quem está pagando mais caro é a população. Nos mercados, os alimentos estão mais caros porque o transporte teve aumento do custo. E isso é repassado para o consumidor final. Precisamos levantar a voz contra isso”, ele disse, informando em seguida que estuda tomar medidas jurídicas contra o aumento dos combustíveis.

A Petrobras voltou a subir semana passada o preço da gasolina vendida nas refinarias para as distribuidoras. Com o reajuste de 2,23%, e o preço médio foi para R$ 4,25 o litro, ante os R$ 4,22 da semana anterior, alta de 0,76% – no acumulado, desde o início do ano, a alta da gasolina é de 3,85%, segundo a ANP.

Desde que a Petrobras adotou nova política de ajustes de preços, em 3 de julho de 2017, a gasolina teve valorização de 21,28%. Com a nova forma de ajustes de preços, a Petrobras tem atualizado os valores praticamente toda semana.

Procurada pelo CORREIO para comentar o protesto do vereador Edvaldo Lima e o aumento da gasolina, a Petrobras não se manifestou. O mesmo fez o Sindicom, que representa na Bahia as distribuidoras de combustíveis.

Marcelo Travassos, diretor executivo do Sindicombustíveis, entidade que representa os postos de revenda, disse que não há nada de inusitado no protesto do vereador, pois “a sociedade de Feira de Santana está acostumada a ver esse meio de transporte”.

“Inusitado é o que a Petrobras está fazendo com a sociedade. Aumentar os combustíveis quase todos os dias é que é inusitado. O vereador está fazendo o papel dele. Essa nova política da Petrobras é perversa para toda a sociedade”, declarou.

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