Três meses após assassinato, caso Marielle continua sem solução
Os assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, em 14 de março, completam nesta quinta-feira (14) três meses, e nenhum suspeito foi preso ou teve o nome oficialmente divulgado pela Polícia Civil, que investiga o caso em sigilo.
Nesse período, Antônio Francisco Silva, pai da vereadora, contou a Agência Brasil que as informações sobre o crime chegam a ele apenas pela imprensa, e que o silêncio das autoridades angustia.
“A gente quer o sigilo, mas a gente exige que a resposta nos seja dada”, disse o pai de Marielle. “Se os órgãos não derem respostas à sociedade, vão dar carta branca para as pessoas que fizeram e para as que mandaram fazer”.
Nessa terça-feira (13), a Anistia Internacional cobrou uma atuação mais ativa do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro no caso, sugerindo o destacamento de uma força-tarefa especializada. O procurador-geral de Justiça, Eduardo Gussem, recebeu representantes da organização e a família de Marielle e se comprometeu a dedicar todos os esforços ao caso. “Sabemos que, sem dúvida alguma, foi um crime politico”.
O depoimento de uma testemunha ouvida pela Polícia Civil também teria apontado a participação do vereador Marcelo Siciliano (PHS), que negou o envolvimento e afirmou ser vítima de um factoide. O ex-policial militar Orlando Curicica também foi apontado pela testemunha e negou participação no crime.
O PSOL divulgou uma nota na tarde dessa terça-feira, em que o presidente do partido, Juliano Medeiros, cobrou uma resposta ao caso e a elucidação do crime. Para Medeiros, o assassinato é a expressão do ódio e da intolerância contra os defensores dos direitos humanos.