A Universidade Federal da Bahia (Ufba) afirmou nesta quarta-feira (2) que vai manter as atividades acadêmicas e administrativas suspensas no primeiro semestre de 2021, mesmo depois do Ministério da Educação (MEC) determinar a volta às aulas presenciais nas universidades federais a partir de janeiro.
Na última sexta-feira (28), antes da determinação do MEC, a Ufba já havia dito que manteria as aulas suspensas. A decisão de sexta foi anunciada pelo Conselho Universitário (Consuni), após reunião na sexta-feira (27).
Sobre manter a suspensão das aulas mesmo após a determinação do MEC, o reitor João Carlos Salles informou que a decisão foi tomada com responsabilidade acadêmica e institucional.
“Nossa Universidade não colocará em risco a vida de nossa comunidade, nem deixará de cumprir, com autonomia, sua missão própria de ensino, pesquisa e extensão. Só nos cabe assim reiterar os termos de nossa Resolução 04/2020 [que manteve aulas suspensas no primeiro semestre de 2021], que bem expressa nosso zelo e nossa responsabilidade acadêmica e institucional”, escreveu Salles.
De acordo com a universidade, após decidir manter as atividades suspensas, o conselho decidiu pela realização em formato semelhante ao semestre letivo suplementar que foi realizado neste ano. O semestre letivo de 2021.1 irá de 22 de fevereiro a 22 de junho.
Segundo a Ufba, o semestre não contará para tempo máximo de conclusão dos cursos e será permitido o trancamento a qualquer momento. A resolução aprovada prevê ainda que o período seja regular e especial ao mesmo tempo, porque aos colegiados poderão definir a oferta de disciplinas, em diálogo com os departamentos.
Outras universidades e instituições baianas
O G1 entrou em contato com todas as universidades e instituições federais da Bahia, para saber se irão aderir à portaria do Ministério da Educação.
A Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) informou que também não deve voltar às atividades presenciais. Em nota, a instituição informou que a prioridade é reforçar a prevenção ao alastramento do vírus, especialmente neste momento em que os índices de contágio voltam a recrudescer.
Disse ainda que vai seguir com as medidas de biossegurança já adotadas, conforme normativas próprias, com o trabalho administrativo sendo realizado em modo remoto e com as atividades de ensino funcionando por intermediação tecnológica.
A Universidade Federal Vale do São Francisco (Univasf) disse que foi surpreendida com a portaria do MEC, mas que não vai compactuar com medidas que negligenciem os alertas das autoridades sanitárias.
A Univasf disse também que não vai tomar uma decisão unilateral e que por isso haverá uma reunião com o Conselho Universitário para decidir se as aulas retornarão presencialmente ou não.
A Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB) informou que está em deliberação para saber se irá voltar às atividades.
A Universidade Federal do Oeste da Bahia (Ufob) informou que o Conselho Universitário também está em debate para buscar soluções sobre as atividades acadêmicas de 2021. A instituição informou que vai agir com responsabilidade, compromisso social e ciente dos riscos e impactos que o ensino presencial pode representar.
O IFBaiano informou que vai continuar com as atividades conforme o CONSUP aprovou. Atividade pedagógicas não presenciais. Regulares, para contabilização de carga horária, para disciplinas possíveis de serem ministradas nesse formato e complementares para disciplinas que necessitam de atividades presenciais para consolidação das competências e habilidades inerentes.
O G1 ainda não obteve retorno das Universidades da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab). Os institutos federais de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBa) também não retornaram.
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