Celebrada mundialmente no dia 10 deste mês, a campanha “Setembro Amarelo” reforça à população a importância da valorização da vida e a prevenção contra o suicídio. De acordo com dados do Centro de Valorização à Vida (CVV), a autodestruição de jovens entre 15 a 24 anos é a segunda maior causa de morte no país, perdendo apenas para os acidentes.
Com o distanciamento social ocasionado pela pandemia do novo coronavírus, diversos problemas de saúde mental podem vir à tona, principalmente, no pós-pandemia. As questões socioeconômicas, o desemprego, o afastamento das atividades sociais, o distanciamento de entes queridos e a convivência em um lar abusivo são indicativos agravantes para o aumento do número de casos.
A psicóloga do Sistema Hapvida, Geane Santos, explica como o tratamento correto dos transtornos mentais pode ajudar a salvar vidas. De acordo com a especialista, esse período de pandemia e quarentena interferiu no estado emocional da população, por isso, é preciso ficar atento aos sinais que podem vir a surgir a partir de agora, com a flexibilização e retorno das atividades.
“A mudança de comportamento é o ponto chave para se obter uma intervenção inicial”, afirma Geane.
O reconhecimento prévio de fatores de risco, como a depressão, transtorno bipolar, abuso de substâncias, casos de suicídio na família ou abuso sexual, e, em adolescentes a própria automutilação, vinculado a um tratamento imediato podem proporcionar menos sofrimento psíquico para essa pessoa, evitando assim, possíveis tentativas suicidas. Segundo a psicóloga é importante não desmerecer a fala de quem está passando por momentos difíceis.
“Nem todos relatam ou manifestam fatores que sustentem a possibilidade de uma ideação suicida. E, por isso, é tão difícil, em situações que se chegam às vias de fato, entender que um parente ou amigo estava passando por esse tipo de sofrimento”, conta.
Algumas atitudes simples de familiares e amigos podem ajudar uma pessoa que está com ideações suicidas a superar esse momento. “Incentivá-la a procurar ajuda profissional; oferecer-se para acompanhar no atendimento e percebendo que essa pessoa está em perigo imediato, não a deixar sozinha; demonstrar afeto; ajudá-la a descobrir novos talentos; encorajá-la a falar com alguém sobre suas dores e sentimentos são pequenos gestos que reforçam a importância do amor e na valorização da vida”, afirma a especialista.
Geane ainda alerta sobre as possíveis melhoras. “Sentir-se melhor não indica cura. É necessário realizar acompanhamento médico e psicológico para que qualquer conclusão seja tomada”, finaliza.