Fique em casa

Como lidar com a resistência de idosos que não querem se isolar; veja 17 dicas

O ideal é criar uma grade de atividades para preencher a rotina em casa

– Eu estou me sentindo bem e só vou passar no mercado para comprar um mamão, porque o que tem aqui está acabando!

– Já que não posso fazer minha aula de ginástica, quero pelo menos dar uma volta no quarteirão!

Filhos preocupados têm enfrentado uma espécie de “rebelião” de pais que são idosos, mas ativos, e que se recusam a permanecer em casa para se proteger do novo coronavírus. “Como não se identificam com a velhice frágil, não acreditam que vá acontecer algo com eles”, diz a médica geriatra Karla Giacomin, consultora da OMS para políticas públicas sobre o envelhecimento e ponto focal do Centro Internacional de Longevidade, o ILC-Brasil.

Ela afirma que o ideal é criar uma grade de atividades para preencher a rotina. Os filhos podem ajudar os pais a montar um roteiro que preencha unidades de tempo, cada uma com cerca de meia hora de duração, e afaste a sensação de isolamento.

“É uma forma de aumentar a resiliência para enfrentar a situação. Sei que é difícil convencer uma senhora prestes a fazer 90 anos e que está bem a não comemorar seu aniversário, mas o que deve ser enfatizado é que não se trata de uma punição, e sim de proteção”, explica a geriatra.

Discutir ou brigar só tende a piorar as coisas. A psicóloga, psicanalista e especialista em gerontologia Eloisa Adler reforça a necessidade de valorizarmos o que chama de “nova ordem mundial”: “temos que mostrar que, hoje, somos todos solitários solidários. O isolamento é para o bem comum. Ficar em casa pode também significar oportunidades de descobertas, de resgatar memórias”, propõe.

Seguem sugestões que servem como ponto de partida para afastar o tédio do idoso em quarentena, lembrando que a tecnologia deve ser vista como uma grande aliada nesse momento.

1) Exercícios: há inúmeros tutoriais na internet e os professores de academias também têm criado treinos on-line para seus alunos. Podem ser 20 ou 30 minutos, de manhã e à tarde.

2) Assistir ao noticiário, mas com o cuidado de consumir notícias de fontes confiáveis.

3) Ver programas de TV, filmes e séries.

4) Jogos: palavras cruzadas, caça-palavras, quebra-cabeça. Há aplicativos para a estimulação cognitiva que são divertidos e prazerosos.

5) Fazer visitas virtuais a museus.

6) Leitura, lembrando que há aplicativos para leitura no celular ou no iPad.

7) Ouvir música, tocar um instrumento, cantar.

8) Dançar ao som das músicas preferidas.

9) Organizar os armários e gavetas.

10) Dedicar-se à higienização da casa.

11) Cuidar do animal doméstico.

12) Criar um diário.

13) Atividades manuais ou artísticas, dependendo do talento e interesse de cada um.

14) Escrever a história da própria vida – há hoje editoras que fazem a publicação desses relatos em edições reduzidas.

15) Fazer cursos on-line. Há uma gama enorme de opções, muitos deles em português. Para esses tempos tão duros, os de mindfulness podem ser bem-vindos. Vale uma visita ao site do Coursera.

16) Conversar com os amigos, por telefone ou aplicativos.

17) Fazer chamadas com vídeo diárias para filhos e netos, para matar as saudades. Rever vídeos antigos também é um bom programa.

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