Região

Reportagem fala sobre os passageiros que se arriscam em viagens de ônibus clandestinos

Os ônibus clandestinos vindos principalmente de São Paulo tem sido um grande problema para os prefeitos das cidades do interior da Bahia, Paraíba Pernambuco, Maranhã, Piauí e Ceará.

São dezenas de denúncias de que estes ônibus são os responsáveis pelo aglomerado, o risco de transmissão do novo coronavírus nas cidades do interior.

A reportagem da redeGN, obteve com exclusividade fotos que mostram o quanto as prefeituras tem se dedicado em combater o movimento de passageiros em ônibus clandestinos. Um dos exemplos é a cidade de Exu, Pernambuco, lugar onde nasceu Luiz Gonzaga, o Rei do Baião. Equipe da vigilância sanitária montou um esquema de barreiras e fiscalização. Marlla Teixeira conta que já ocorreu casos de receber denúncias no horário da madrugada.

“A maioria da população tem ajudado a fiscalizar chegada de ônibus, geralmente veículos trafegam irregularmente e lotado, clandestinos”, revela Marlla. Exu é considerada um dos melhores exemplos no Nordeste em prevenção. Exu, não tinha registro da doença, mas entrou para a listagem dos locais afetados, no último domingo (7).

A desconfiança é que existe uma rota via Exu, com destino ao Crato, Ceará e Juazeiro do Norte.

Diferente de Exu, o “ritmo de contágio” do novo coronavírus aumentou no interior do país entre o fim de maio e o começo de junho, aponta levantamento da plataforma Farol Covid, que analisou a situação das 124 cidades mais afetadas pela pandemia. Juntas, elas somavam 29.122 mortes, o que representa 80% do acumulado no Brasil.

Pequenos municípios do Nordeste estão registrando casos de coronavírus com migrantes que retornam à terra natal por causa das dificuldades da quarentena nas capitais. Com as restrições do transporte interestadual, que chegou a ser proibido em 15 estados, muitos migrantes optam por lotações e ônibus clandestinos. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) já autuou mais de 450 ônibus irregulares entre abril e inicio de junho. O itinerário mais comum liga São Paulo às regiões Norte e Nordeste.

São ônibus, vans e até caminhões que realizam o transporte interestadual sem autorização da ANTT. Há um fluxo significativo do Sudeste para as regiões Norte e Nordeste, sendo grande o número de apreensões nas ações conjuntas da ANTT com as polícias nas barreiras com as vigilâncias sanitárias do Maranhão, Piauí e Bahia.

A redeGN obteve a informação que por questões estratégicas, a ANTT não divulga os destinos exatos dos veículos autuados nas fiscalizações. As principais irregularidades são pneus carecas, extintores vencidos e para-brisas trincados, ausência de itens obrigatórios de segurança velocímetros quebrados. O valor de uma multa por transportar passageiros sem autorização do órgão federal é de R$7.428,00. A ANTT alerta ainda sobre os “riscos de contaminação e contágio da covid-19, pois esses veículos não cumprem os protocolos sanitários adotados pelas empresas regulares”, diz o órgão.

“Eles não têm mais como ficar em São Paulo. O dinheiro acabou. Muitos viajantes não têm nem o valor da passagem. São os familiares que mandam dinheiro para alimentação durante a viagem e pagam o bilhete na chegada”.

O retorno dos “filhos da terra” desafia os pequenos municípios no enfrentamento da pandemia. Na Bahia, dezenas de cidades do interior já registraram os primeiros casos da doença após a chegada de pessoas dos grandes centros.

Essa dinâmica é uma das formas da interiorização da doença e confirmada pelo Ministério da Saúde.

Redação redeGN Fotos: Vigilância Sanitária Exu Pe

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