Policiais civis da Bahia decretaram greve por 72h, em articulação que inicia a partir da manhã de sexta-feira (25). Durante o período, estará suspenso todo e qualquer serviço inerente aos Policiais Civis da Bahia.
O movimento grevista já vinha sendo anunciado pela categoria há alguns meses, sempre sendo postergado, pois havia esperança por parte dos policiais que o governo chamasse a categoria para uma mesa de negociação.
Em nota, o Sindicato de Policiais Civis (Sindpoc) afirmou que o ponto alto da crise entre o Estado e servidores foi quando o governo descumpriu a decisão judicial de não abrir uma mesa para diálogo com os servidores, como explica o presidente dos Policiais Civis da Bahia, Eustácio Lopes.
“A todo instante nós do sindicato estávamos avisando que o clima era tenso dentro das delegacias, entre os PCs era para deliberar a greve imediata. No entanto, acreditamos nos conseguiríamos negociar com Rui Costa, o ato do governo descumprir a decisão judicial de conversar conosco nos revoltou profundamente”, explica.
De acordo com o Sindicato, reuniões foram realizadas em 2021 colocando na mesa a pauta salarial para os policiais com nível superior.
“Rui Costa terá que ir até à imprensa explicar porque descumpriu a decisão da justiça de conversar conosco. Ele também terá que falar sobre a falta de estrutura nas delegacias, e por que, entre os 9 estados do nordeste, a Bahia é aquele que paga o pior salário ao policial civil enquanto no ranking nacional, o estado ocupa a 24ª posição”, comenta Lopes.
O BNews entrou em contato com a Polícia Civil que, via assessoria de comunicação, afirmou que “posicionamento é este: o funcionamento segue normalmente porque segurança pública é um serviço essencial e, além das unidades físicas, contamos com a delegacia digital, onde podem ser registrados mais de 15 tipos de crime”.
Em nota, a Secretaria de Administração da Bahia (Saeb) afirmou que o ingresso nas carreiras de investigador, escrivão e perito técnico por meio de concurso público tem entre as exigências a comprovação de nível superior.
Entretanto, diz a nota, a lei não estabeleceu a equiparação remuneratória para as diferentes carreiras e cargos que integram esse Grupo Ocupacional. Além disso, as tabelas salariais das carreiras estão atreladas aos cargos e seus valores observam a natureza da atividade, o grau de responsabilidade e de complexidade, como orienta o artigo 39 da Constituição Federal.
O secretário de Segurança Pública, Ricardo Mandarino, e o Governador da Bahia, Rui Costa, não se manifestaram até o fechamento desta reportagem.