Bahia

Pneumonia já fez quase três mil vítimas em todo estado da Bahia

Com a virada da temperatura nos últimos dias e o clima ficando mais frio, resfriados e gripes podem atingir a população baiana. Mas um simples resfriado ou gripe, se não houver cuidados, faz a imunidade do corpo diminuir e deixa o paciente exposto e vulnerável, podendo aquela virose evoluir e se tornar algo mais grave, como uma pneumonia e provocar até morte. De janeiro a novembro, 2.985 óbitos por pneumonia foram registrados no estado pela Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab).

Em toda Bahia, de acordo com a Sesab, mais de 24 mil internações por conta da doença foram registradas até o momento. Apesar dos pacientes adultos liderarem os números de internações, um dado que se destaca é o número de crianças na faixa etária dos dez anos internadas. Os pacientes dessa idade têm mais de dez mil hospitalizações em 2023 e 93 registros de mortes pela doença. Em 2022, a doença foi a maior responsável por mortes de crianças no estado.

As crianças são um dos grupos mais vulneráveis para contrair a doença. Idosos e pacientes com comorbidades também fazem parte dos mais propícios a ter a doença. Estes grupos precisam ter o cuidado redobrado com a saúde respiratória.

A pneumologista Larissa Voss conversou com a Tribuna da Bahia e explicou sobre como a pneumonia costuma aparecer com mais frequência. “Quando temos uma onda de virose, gripe, resfriado ou mudança das estações que tem um maior número de vírus circulantes, é muito comum haver um aumento na incidência de pneumonia”, pontuou a doutora.

Larissa contou que quando a imunidade é comprometida, ela faz com que bactérias, como o pneumococo, a principal bactéria que provoca a doença, afete nosso sistema respiratório. “Quando existe um comprometimento da nossa imunidade por conta das viroses, essas bactérias crescem e dão as alterações relacionadas com a pneumonia. A pneumonia por pneumococo é a mais frequente no nosso meio e em todas as faixas etárias. Justamente esse tipo de pneumonia é a que tem vacina”, ressaltou a pneumologista. Sobre a vacina, a doutora salienta que o Sistema Único de Saúde (SUS) fornece a Pneumo 10 valente e lembra que a vacina não impede que o paciente tenha a pneumonia, mas ela diminui a chance de uma vez que tenha a doença, evolua para formas graves.

Sobre os sintomas, a especialista informou que tosse seca ou com catarro amarelado, febre, dor torácica, cansaço e falta de ar são os mais comuns da doença. É necessário observar estes sintomas, para saber se o paciente vai necessitar de algum internamento. Mas na maioria das vezes, o paciente pode ser tratado ambulatorialmente. Larissa salienta que em pacientes idosos, a pneumonia pode aparecer de maneira mais silenciosa. Sendo percebida só quando há queda geral, sonolência excessiva ou prostração.

Por fim, a doutora comentou que o tratamento para evitar a doença depende do quadro do paciente, mas costuma ser por meio de antibióticos como xaropes e medicações para reduzir a inflamação dos pulmões. Ainda como forma de prevenção, a especialista recomenda ter cuidados gerais de saúde. “Para evitar a doença é importantíssimo que diante de quadros gripais, que são potentes influenciadores de evolução para pneumonia, o paciente se resguarde. Beber bastante líquido, praticar atividades físicas, ter hábitos alimentares saudáveis e boas noites de sono. Tudo isso ajuda a manter nossa imunidade sadia e com menor chance de infecção respiratória”, concluiu a pneumologista.

Deixe uma resposta