Preço da carne volta a subir e deve continuar alto nos próximos meses; entenda
Inflação da proteína ficou em queda por um ano e meio, mas voltou a aumentar em setembro deste ano. Clima, exportações, renda e ciclo da pecuária ajudam a explicar alta.
Após um ano em meio em queda, os preços das carnes voltaram a subir em setembro e outubro no Brasil, impulsionadas pela alta no valor da proteína bovina. Nos 12 meses encerrados em outubro, as carnes ficaram 8% mais caras aos brasileiros, com destaque para cortes populares, como o patinho (11,5%), acém (10%) e contrafilé (9%), mostra o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Motivos para o aumento:
Ciclo pecuário: Menor oferta de bois devido à retenção de fêmeas para reprodução, limitando abates.
Clima: Seca e queimadas afetaram pastagens, reduzindo a produção de gado.
Exportações: O Brasil segue batendo recordes de vendas de carne bovina, diminuindo a oferta interna.
Renda maior: Redução do desemprego e reajustes salariais impulsionaram o consumo.
Economistas apontam que os preços devem continuar subindo, com alta prevista até 2026, devido ao tempo necessário para renovação do rebanho.
Segundo os economistas, esses fatores também indicam que o preço não deverá baixar em 2025, e a alta pode se estender até 2026. “Só que, nesses últimos dias, a gente tem visto que o ciclo pecuário está começando a se inverter. Começou a ter menos disponibilidade de animais”, pontua o economista Allan Maia, da consultoria Safras & Mercado.
Esse cenário já fez o preço do bezerro subir cerca de 22% entre julho e novembro deste ano, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da USP .