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Saiba sobre prestar concurso com formação diferente da exigida

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Quem começa a pensar em concurso público muitas vezes não sabe por onde começar. Hoje há tantos caminhos possíveis e fontes de consulta que o candidato pode ficar confuso. É mesmo necessário entrar num curso preparatório ou apenas o estudo por apostilas é suficiente? O curso online tem a mesma validade do curso presencial? Estudar com colegas é interessante ou atrapalha? Preciso contratar um consultor (coaching) ou posso seguir sozinho?

Em primeiro lugar, não há jeito certo ou errado. O mais importante é o que funciona para cada um. Como as pessoas têm diferentes perfis, diferentes métodos podem ser adequados. Além disso, muitos deles podem ser conjugados, simultaneamente ou em etapas diferentes da preparação, conforme o candidato for ficando mais maduro e autossuficiente. Ou, no caso de uma matéria mais difícil, por exemplo, que pode ser reforçada por um segundo método de estudo.

Vamos levantar aqui alguns dos métodos mais utilizados, e apontar possíveis vantagens e desvantagens. Isso deverá ajudar você a fazer as suas escolhas e também a evitar armadilhas que possam existir.

1. Estudo sozinho ou faço curso preparatório?
É possível estudar sozinho, e muitos candidatos foram aprovados (mesmo em concursos top) sem nunca ter pisado num curso preparatório. Mas é preciso um perfil muito específico, de alguém que tenha muita disciplina e determinação para vencer sozinho as dificuldades. Normalmente, são pessoas que, em algum momento de sua vida escolar, já fizeram concursos e têm costume de enfrentar grandes quantidades de conteúdos novos sem a ajuda de um professor.

É bastante comum que os candidatos iniciantes pouco conheçam do mundo dos concursos. Para essas pessoas, a convivência com os colegas no curso preparatório ajuda muito a compreender como as coisas funcionam, conhecer as oportunidades que existem e, mais do que tudo, partilhar as mesmas experiências e dificuldades de quem está se preparando para prestar concursos. Isso ajuda a pessoa a não se sentir isolada e com dificuldades intransponíveis, porque descobre que muitos passam por situações semelhantes e estão seguindo adiante.

Isso sem falar no fato de que muitas matérias são absolutamente novas para o aluno. Fica muito mais simples aprender com a ajuda de professores experientes e treinados, cientes de que muita gente em sala nunca estudou aqueles conteúdos.

2. Estudo por apostilas ou livros?
É muito difícil encontrar apostilas de boa qualidade, principalmente para concursos mais complexos. E estudar por materiais que possam conter erros é um risco grande para o candidato.

Para concursos mais simples, é mais viável o uso da apostila, cuidando-se de buscar um material de qualidade.

No caso de livros, o ideal são os produzidos por editoras especializadas em concurso público. Isso porque são mais objetivos e têm linguagem mais acessível ao público leigo (não especializado naquela área). Além disso, são constantemente atualizados e costumam conter exercícios didáticos para fixação e questões de concursos que já aconteceram cobrando cada assunto, o que dá ao candidato uma noção real de como são as provas que deverá enfrentar no futuro.

É preciso cuidado com livros de faculdade. Exatamente por serem voltados para alunos da área, podem ser mais prolixos e incluírem assuntos que não são do interesse do candidato.

3. Cursos online
Cada vez mais difundidos, têm a mesma qualidade dos cursos presenciais e algumas vantagens: evitam o deslocamento do aluno (há, portanto, ganho em custo e segurança). Eles podem ser assistidos em qualquer horário e repetidas vezes. São a solução para quem está longe de um grande centro e não tem curso preparatório de qualidade na redondeza. Também funcionam para quem tem horário de trabalho irregular ou em escala, o que dificulta acompanhar um curso presencial.

O risco é o aluno ir deixando para depois e terminar assistindo aos vídeos no fim do prazo, correndo, sem conseguir aproveitar os benefícios. É preciso ter disciplina. Uma sugestão é marcar dias e hora para as aulas, de acordo com a rotina do aluno, para ter maior proveito.

Além disso, é importante fazer anotações como se estivesse em sala de aula, para depois preparar um bom material de revisões. Se possível, registre a localização exata no vídeo (minutos e segundos) da informação anotada, para facilitar uma consulta posterior, se for o caso.

4. Cursos preparatórios telepresenciais
São um misto de curso presencial e vídeo-aula. São salas de recepção de aulas via satélite ou internet (que podem ser ao vivo ou gravadas), que os alunos assistem de forma presencial. Permitem a troca de informação entre os alunos e os horários são fixos, como no curso presencial. Funcionam, de modo geral, em locais onde há pouca facilidade de acesso à internet nas casas.

5. Cursos em arquivos PDF
Tendência no mercado de concursos, os cursos em PDF são mais baratos do que os livros e mais informais. Se de boa qualidade (oferecidos por sites consagrados no meio), são uma excelente opção para quem tem boa capacidade de disciplina para estudar sozinho. Têm a vantagem de o candidato poder sublinhar as partes mais importantes para depois preparar o material de revisão e também para consultas posteriores em caso de dúvidas. Além disso, o aluno pode imprimir os textos no seu próprio ritmo de estudo, seguindo de forma mais rápida nas matérias ou tópicos em que tiver mais facilidade e de forma mais lenta onde houver mais dificuldade.

6. Estudar em grupo é válido ou atrapalha?
Depende do seu perfil: há quem goste de trabalhar em grupo e há os que preferem ficar sozinhos, sem precisar adequar o seu ritmo ao de outras pessoas. O estudo em grupo ajuda a manter a motivação e o comprometimento, além de tornar a tarefa mais leve e prazerosa. O horário marcado com outras pessoas evita aquela “enrolação” com bobagens do dia a dia que atrapalha o estudo.

Por outro lado, é preciso cuidado para o encontro não ficar “divertido demais” e sem produtividade. E é importante que todos contribuam e ninguém fique na posição de dependência dos outros. Isso não impede que alguém tenha mais dificuldade numa matéria, desde que o grupo seja homogêneo no geral.

7. Construir sozinho a estratégia ou contar com a ajuda de uma consultoria?
A estrada dos concursos públicos é mais ou menos previsível e, de um jeito ou de outro, quem segue em frente em algum momento descobre como fazer e será aprovado. O grande problema é o tempo que isso pode levar, o que faz muita gente desistir antes do fim.

Assim, a conquista mais recente do mercado de concursos públicos é a consultoria ou coaching. Ter alguém que pode oferecer orientação desde os primeiros passos, indicando o que estudar, como estudar e quais materiais utilizar é algo que pode fazer com que o candidato economize muito tempo e dinheiro, porque não faz desvios desnecessários em sua trajetória.

Por ser um serviço relativamente novo, ainda não existe para todas as áreas de concurso. Outro aspecto é que as consultorias têm formatos distintos umas das outras – e preços também. É preciso cuidado na contratação, para saber o que se está comprando e o que será fornecido, a fim de evitar frustações posteriores.

Outro aspecto é que, mesmo utilizando uma consultoria, o candidato não pode se isentar da responsabilidade pela sua própria caminhada. Quem tem foco e comprometimento tem maiores chances de atingir o objetivo.