Em sua primeira entrevista na TV como presidente, Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira (3) que não pretende retomar a cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) nem aumentar alíquotas, além de afirmar que não pretende enfrentar governadores da oposição.
“Não posso fazer uma guerra com os governadores do Nordeste, atrapalhando as pessoas [da região]”, disse em entrevista ao SBT. Em seguida, sinalizou em tom de brincadeira que pode dificultar liberações de recursos federais: “Espero que não venham pedir dinheiro”.
Impostos – Bolsonaro negou que pretende retomar a cobrança do imposto sobre cheques e elevar alíquotas para a contribuição previdenciária do funcionalismo público. Segundo ele, o que planeja é implementar a fusão de tributos, mas não detalhou como será feito.
Ele também reafirmou que manterá o Bolsa Família, mas que vai revisar o programa para evitar desvios e acabar com repasses. “Seria um ato de desumanidade retirar a bolsa para essas famílias”, disse.
Política externa – Na entrevista, ele disse também que pretende ir aos Estados Unidos para se reunir com o presidente norte-americano, Donald Trump. Questionado se o norte-americano não viria para o Brasil, disse que sabia do seu lugar.
“Eu reconheço a minha posição, nós sabemos que ele é o homem mais poderoso do mundo. Gostaria muito que nos visitássemos, mas já sinalizei para o [secretário de Estado norte-americano] Mike Pompeo que em março eu gostaria de fazer uma visita [aos Estados Unidos].”
De acordo com o presidente, a parceria com os norte-americanos pode ser “bélica”, indo além das questões econômicas. “A aproximação minha com os Estados Unidos é econômica, mas pode ser bélica. Podemos fazer acordos também”, disse, acrescentando que o Brasil não quer ter “superpoderes na América do Sul”, mas quer ter “supremacia”.
Questionado sobre a aliança da Rússia com a Venezuela, fortalecendo o país sul-americano, Bolsonaro disse que acompanha as intenções do governo de Nicolás Maduro. “O Brasil tem de se preocupar com isso, sim.”
O presidente negou que a aproximação com Israel poderá prejudicar a relação com os países árabes. Para ele, “grande parte do mundo árabe está se alinhando com os Estados Unidos”. Com informações da Agência Brasil.