Integrantes de um terreiro de candomblé em Alagoinhas, no agreste baiano, acusam um grupo de evangélicos de atacar verbalmente o espaço religioso. O caso ocorreu no final da noite desta segunda-feira (27), por volta das 23h30, na frente do terreiro Ilê Axé Oya Ladê Inan. Segundo Ed Oladelê, egbom, filho de santo da casa, os acusados foram ao local com a justificativa de culto, mas fizeram outra coisa.
“Não era culto, eram palavras de ordem. Falavam em expulsão de demônio, de satanás, e sempre associavam nossa casa como casa de satanás. Diziam que as portas do terreiro tinham que ser fechadas. Minha madrinha, uma pessoa de 61 anos, não abriu a porta nem a janela”, relatou ao Bahia Notícias.
Segundo Oladelê, em torno de 30 pessoas participaram do tal “culto” que durou cerca de 30 minutos. Nesta terça-feira (28), a comunidade ligada ao terreiro atacado fará uma queixa na delegacia da cidade e levará o caso ao Ministério Público do Estado (MP-BA) para apuração. O Ilê Axé Oya Ladê Ianan fica na localidade de Ferro Aço, no bairro Santa Terezinha, periferia da cidade, e existe há mais de dez anos.
Não sou muito afeito a práticas espíritas, mas acho que temos, todos nós, de aprender a conviver com as diferenças. Se não apreciamos uma doutrina de fé, devemos pelo menos respeitar os que cultivam aquela fé, pois neste mundo material, não existe verdade absoluta, todas as verdades são relativas e, portanto, ninguém é dono da razão.
Desse modo, os valores e crenças que na vida cultivamos e que nos fazem felizes, podem não ser os mesmos valores e crenças que tornam felizes outras pessoas.
O ideal é que cada um de nós viva sua própria vida sem se intrometer na vida dos outros, sem julgar os outros por causa de suas crenças e tradições.
Afinal, somos todos produto de semelhante genética e filhos de um mesmo Deus. E nesse sentido, não podemos negar que somos todos “irmãos”.