Remanso

Rio São Francisco: Água que banha Remanso e região apresenta indícios de contaminação

O que apenas era uma especulação, se confirmou: a água do Rio São Francisco que banha os quatro municípios baianos (Sobradinho, Sento Sé, Remanso e Casa Nova) apresenta indícios de contaminação por resíduos químicos e biológicos. Em vários pontos do Lago, metais pesados, coliformes fecais e substâncias químicas já se misturam à água em proporções acima da permitida pela legislação brasileira.

De acordo com as pesquisadoras, as análises das amostras identificaram teores totais de metais pesados – Ferro (Fe) e Cádmio (Cd) – superiores aos que são permitidos por lei. E o aumento da concentração desses elementos na época de cheia do rio pode estar relacionada entre muitos outros fatores.

Para os pesquisadores da Embrapa, a presença de metais pesados na água, que conhecidamente estão presentes em alguns fertilizantes e agrotóxicos normalmente utilizados na atividade agrícola da região, são indicativos da influência desta atividade na qualidade da água do Lago de Sobradinho.

Outras substâncias, como o acefato, metalaxil, oxyfluorfen, pendimetalina, e carbendazim, foram detectadas em 90% das amostras, indicando o potencial de contaminação da água do Lago por agrotóxicos muito utilizados nos cultivos de cebola. Um dado que também merece atenção é o que constata que 99% das amostras de água coletadas em áreas rurais ribeirinhas nos municípios de Sobradinho, Casa Nova, Sento Sé e Remanso apresentaram altas concentrações de coliformes fecais. A contaminação detectada decorria a presença de estercos de animais.

Entre os quatro pontos de coleta do município de Remanso, de acordo com as pesquisadoras, apenas num lugar, identificado como Salgadinho, a água estava apropriada para uso pelos agricultores e suas famílias. Rebert Coelho Correia, pesquisador da Embrapa Semiárido e coordenador do projeto, explica que embora os dados ainda não sejam os definitivos, eles apontam uma situação preocupante e dão uma noção da gravidade da realidade atual e dos riscos que representa sua evolução, se mantido o atual modelo de agricultura praticado na região. 

“Nós vamos buscar as prefeituras, que são parceiras na execução do projeto, e a sociedade desses municípios para discutirmos o problema que o estudo das pesquisadoras aponta. Precisamos alterar essa situação, com rapidez”, afirma.

Informações: Embrapa

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