Geral

32,6% dos brasileiros já foram vítimas de crime ou ofensa, diz pesquisa

Mais de 32% dos brasileiros que vivem em cidades com mais de 15 mil habitantes dizem ter sido vítimas de algum crime ou ofensa. O número faz parte do estudo Pesquisa Nacional de Vitimização, lançado na manhã desta quinta-feira (05), em Brasília, pelo Ministério da Justiça. Além disso, dois em cada dez foram vítimas desses casos pelo menos uma vez nos 12 meses anteriores ao levantamento.

A primeira Pesquisa Nacional de Vitimização feita no Brasil quantificou e caracterizou 12 tipos de ocorrências passíveis de registro policial no País. Agressões e ameaças são os mais comuns, com 14,3% dos entrevistados tendo sofrido situações do tipo nesse período. Em seguida, aparecem relatos de discriminação (10,7%), furtos de objetos (9,8%) e fraudes (9,2%).

Além desses itens, também compõem o levantamento, feito pela primeira vez no Brasil, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), acidentes de trânsito (4,2%), roubo de objeto (3,6%), furto de carro (1,0%), ofensa sexual (0,8%), furto de moto (0,4%), roubo de carro (0,4%), roubo de moto (0,2%) e sequestro relâmpago (0,1%). Ao todo, foram entrevistadas 78 mil pessoas, em 346 municípios, no período de junho de 2010 a maio de 2011 e de junho de 2012 a outubro de 2012.

A pesquisa destaca que a maior parte das ocorrências relatadas se dá dentro da casa da vítima (38,3%) ou em locais próximos, como a rua onde mora (33,3%), seu bairro (14,9%) ou na garagem de sua residência (11,1%). Em geral, os casos mais comuns no ambiente doméstico são furto de objetos (53,9%), agressões (34,2%) e ofensas sexuais (21,7%). Furto e roubo de automóveis são mais frequentes na rua onde vivem (40,7% e 31,5%, respectivamente). O local de trabalho está mais associado à discriminação (20,5%), à agressão (15,3%) e ao furto de objeto (12,6%). Na maioria dos casos relatados, considerando todos os crimes e ofensas, não há uso de nenhum tipo de arma (72,5%) nem ferimentos (81,6%).

O levantamento traz um recorte específico para os casos de agressão, ofensa sexual e discriminação e revela que, na maioria das vezes, o autor da ofensa era conhecido da vítima, mesmo que de vista. O tipo de ofensa em que isso menos ocorre é na sexual, onde pouco menos da metade dos agressores (49,3%) é um desconhecido. Entre os que sofreram discriminação, destacam-se como agressores pessoas que a vítima conhece de vista (17%), mas também amigos com quem convive no dia a dia (11,1%). Nos casos de agressão e ameaça, os acusados, além de serem conhecidos de vista pela vítima (11,9%), também são, em boa parte, seus vizinhos (10,7%).

A taxa de vitimização correspondente aos 12 meses anteriores à coleta dos dados é maior principalmente na região Norte do País, onde alcança 30,5%. Dentre as unidades da federação que a compõem, há os mais elevados índices do País – 46% no Amapá e 35,5% no Pará.

O Nordeste, onde a taxa de vitimização sofrida pela população no último ano é de 22%, tem Estados com a terceira e quinta mais altas taxas – Rio Grande do Norte com 31,3% e Ceará com 26,6%. Também apresentam percentuais acima da média principalmente os estados do Acre (29,9%), Amazonas (25,2%), Roraima (24,8%), Mato Grosso e Tocantins (23% em ambos).

A região Sul é a que apresenta as menores taxas de vitimização no país, especialmente no estado de Santa Catarina (17%). No Rio Grande do Sul , o índice corresponde a 17,2% e no Paraná a 17,4%. Outros Estados com percentuais abaixo da média são Rondônia (18,1%), Minas Gerais (19,1%), e Sergipe (19,4%).

Alguns Estados apresentam índices próximos à média de vitimização nacional. São eles Pernambuco (22,2%), Goiás (21,9%), Espírito Santo (21%), Bahia (20,9%), Piauí (20,6%), Alagoas (20,5%), Maranhão (20,5%), Distrito Federal (20,3%), Mato Grosso do Sul (20,6%), São Paulo (20,1%), Paraíba (20,1%) e Rio de Janeiro (20%).

Na região Sudeste, como um todo, 19,9% se dizem vítimas de algum dos crimes por pelo menos uma vez nos 12 meses que antecedem a pesquisa, realizada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça. Foram aproximadamente 78 mil entrevistados em 346 municípios no período de junho de 2010 a maio de 2011 e junho de 2012 a outubro de 2012.

Fonte: Agência Brasil

Deixe uma resposta